Novo vômito

Limpando as aranhas de minhas entranhas, urubu-máquina não morre. E também não vive.

Juntando peças, símbolos que se conectam. Palavras ao vento esvoaçando em esferas estranhamente presentes. Enguias deslizando pelas vias do meu cérebro, eletricidade percorrendo meu sistema nervoso central, paisagens eletrônicas em janelas abertas, espelhos fictícios de uma nova era. Existência miúda e alienada. Deserto dos desejos, jardim das simulações. Abismo ambulante em brutais meditações. À busca de fantasmas, quimeras perdidas entre as camadas do tempo, lembranças fugidias de um passado inexistente. Uma vida de cacos e amargas manchas borradas. Caminhos interrompidos e rastros intocados, licores insípidos e amores negados, bagagem estúpida e desnecessária. Os venenos mais inócuos são aqueles que nos matam. Morremos de dentro pra fora. Ou de fora pra dentro. Mas o que vai por último é a casca.

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