blackops

o espírito na máquina

o velho dilema

uma simulação que toma efeito na realidade
                                 tem efeito na realidade

um fantasma que nunca esteve lá

uma ação e sua reação

conexão, transmissão, escalada, erupção

TremoR - teRRor

explosão

destruindo O

CONCRETO


simulacro sacrossanto

orações de megafones
                  الله أكبر الله اكبر
orações or ações

 orrações corações orrocreos corpo-corações
                          horríveis criações

tem efeito na realidade
tem efeito na realidade
tem efeito na 錯覺

suas configurações de segurança foram atualizadas
suas configurações de segurança foram atualizadas
suas configurações de segurança foram atualizadas

vigil
^
ansia

vil

anti-anti-víruss
inoculado
sistema nervoso policial

EM OPERAÇÃO


                                                                                                          The Zero Theorem (Terry Gilliam)

Olho de urubu



e o velho avô urubu riu e desvelou o caminho com suas asas:

- de que importa de que lado você esteja? o que importa é que continuem seguindo em frente. continuem nesse fluxo. continuem destruindo a mãe.
Simbologia ISIS - Egito - mãe noite lua universo inconsciente útero
O grupo terrorista criado pelos próprios poderes estabelecidos do império para criar uma convergência global que vai destruir o fantoche, e com ele o símbolo, executando um mega ritual militar exotérico.
A militarização, a morte, o extrativismo, a predação, o vampirismo universal, são princípios perversos que se fortalecem para um ataque ao sagrado feminino, à terra, a criação, a fonte da vida e da morte.
Iraque era a Babilônia. Suméria. UR. O começo de tudo. Relíquias milenares dessas antigas civilizações estão sendo destruídas pelos fantoches assassinos que deturpam o nome de ISIS numa profanação propagada planetariamente pela mídia e pelo complexo de inteligência global. A memória da origem humana está sendo destruída (e vendida) para uma reprogramação mental massiva; a desconexão do espírito humano com a mater - matéria - terra - mãe terra.
Agora todas as potencias globais e suas colônias financeiras convergem no teatro de guerra da terra para destruir a "ameaça contra a humanidade" numa estretégia de Full Spectrum Dominance que escala numa hecatombe, num holocausto - palavra cujo significado é sacrifício - numa oferenda aos novos tempos consagrada às velhas elites banhadas do sangue que também nos banha, e se acumula em nossos pés, e nos afoga, o sangue que somos obrigados a consumir por todas as bocas de nossos corpos inoculados pelas infinitas veias-encanamentos da circulação de recursos e dinheiro que é esse sistema nefasto. Esse constructo bestial de potencialidades apocalípticas, conjurado pelos escravocratas da humanidade, a realeza carnívora da terra que teima em fincar suas garras sobre uma presa abatida mesmo quando seu próprio corpo esquálido decai, cada osso se partindo, um tremor que caminha pelos braços e injeta-se no botão que lança a armada de mísseis nucleares para os quatrocentos cantos do planeta, uma celebração cósmica do gene suicida humano, um delírio nefasto que infecta o insconsciente coletivo e programa nossas vidas rumo à destruição.

EXPLOSÃO

LUZ

NADA

retorno...

você queria ver, não queria? - riu o velho urubu

Agulha onírica

Arabescos das bestas
Bocas se abrindo como fissuras de terremoto
Mastigando os próprios dentes
A dimensão da maceração

Estranha iluminação
Facas sagradas do destino
destilando lâminas líquidas
Lágrimas que laceram
A queda efêmera de uma gota suicida
No espelho fluido da vida

Tirania temporal que impera
Na escalada brutal das eras
Forças saturninas ceifando a colina
Acariciando a bruma do esquecimento
Doce toxina que oxigena o pensamento
Dunas que se desfazem na ampulheta-mente
Sonhos que se esvaem violentamente
Suave atmosfera

Árvores ósseas sussurram segredos
De como fazer pequenos venenos
Ilusões oníricas e queridos pesadelos
Espetáculos espectrais em frascos fractrais
Ideias narcóticas de infusão instantânea
Paisagens invisíveis
Mergulhos profundos
Retornos terríveis
Ressaca do mundo

    Alex Andreev

Autofágico

O que me move?

Revolta, provavelmente. Injustificada ou não? Estamos todos emaranhados de contradições, mas o mundo nunca foi em preto e branco mesmo.

Não tenho nenhum respeito por autoridades. A própria noção de autoridade, de hierarquia, me enoja. Do policial ao juiz, do pastor ao guru, até a autoridade paternal só me inspira desprezo.

A indignação paralisante do teatro de atrocidades em que vivemos me atinge de maneira aguda. Mas o cinismo decorrente do absurdo cotidiano também se faz necessário.

Não consigo me importar com minha imagem. Não me sinto compelido a compartilhar na internet meu apoio às diferentes lutas, necessárias e legítimas na sociedade. Procuro compreendê-las, apoia-las sim, mas não de maneira publicitária, pra ostentar imagem de engajado. Também não me importo de usar roupas de dez anos e outras manchadas.

Tudo isso me aliena, tanto do mercado de trabalho quanto do ambiente ativista superficial. Minhas habilidades interpessoais tem se degenerado aceleradamente. Me surpreendo de ainda ter amigos. Não uso as redes sociais de uma maneira que elas deveriam ser usadas, aparentemente. Aliás, rede social, no singular. Só tenho uma conta no facebook e já acho até demais.

Não tenho dinheiro e isso me faz perceber como os rolês que existem nessa cidade, os rolês que meus amigos vão, são fachadas medíocres pra alimentar o comércio. Que sentido faz sair se você não vai consumir? Beber também perdeu seu apelo. A cervejinha social, nem tenho vontade. Quando quero beber vou logo pra algo forte. Mas que preguiça disso também.

Quanto a amores, um desastre. Não tenho conseguido estabelecer uma conexão com ninguém. Me falta paciência pra burocracia do cortejo, um processo que geralmente também envolve dinheiro e se importar com a imagem.

A hipocrisia me revolta, mas também faço uso dela. Às vezes preciso de uma falsa salvaguarda, algo pra racionalizar um escudo, uma casca que me isole da brutal empatia que sinto pelo mundo, em todas suas bestialidades.

A maconha é um anestésico bom, necessário, mas fugaz. Assim como os filmes que são janelas para a imaginação. Tenho tido uma certa dificuldade para grandes leituras, minha percepção tem sido mais visual. Mais passiva. O que fode com o processo de escrever.

Aliás, o que é o escrever pra mim? Uma forma de ação, um vômito, um exorcismo, uma articulação, um ato de desespero? O que almejo com isso? Tenho duvidado. Uma dúvida venenosa, que sabota as aspirações. Mas se não posso contar nem com minhas pirações, o que me resta?

Não sinto mais a chama do desejo destrutivo e suicida de meus 18 anos, nem a chama da aventurança espiritual dos meus 20. Comprimido pelos blocos do materialismo, da percepção crua da história e da política, procuro extrair algo para ser meu combustível. Sei que posso fazer algo bom, que posso manifestar coisas estranhas na realidade banal. Mas saber não tem sido o suficiente.

Estudo comunicação, coisa a que decidi me dedicar depois do contato e experiência com comunicação livre, popular e autônoma. O empoderamento da linguagem, da transmissão, da ruptura à imbecilidade hegemônica. A possibilidade de criar espaços onde os significantes vigentes são destruídos, onde símbolos são reinventados, onde a linguagem tem de fato uma potência criativa. Uma potência destrutiva. E talvez seja aí onde procuro meu equilíbrio.

As correntes opostas no universo estão em mim, atuando. Entropia e evolução, verdade e manipulação, vontade e desilusão. Para operar essas forças não existem fórmulas. Não pra mim, pelo menos. Mas essa experiência é necessária. Esse blog. Ele não deve ser um espaço onde só coloco as coisas que passaram pelo impiedoso filtro de uma autocrítica doida por reconhecimento. Não. Também não deve ser um mecanismo que uso para passar pro mundo só o que há de forte e aguçado em mim. Assim isso empaca, como já empacou.

Seguirei esse experimento, meio mecânico, meio animal. Meio humano. O que pretendo com esse texto? O que me move? Talvez seja simplesmente meu instinto biológico, procurando convencer minha mente de que preciso viver. Talvez seja a máquina conceitual da mente procurando articular algum sentido pra existência banal. Mas aqui estou, inserido nessa porra, como você. Seguirei.

Qual o sentido da revolta?
É pra lá.

KMFDM - People of the Lie

Isso aqui precisa ser mais espontâneo pra viver. Sem o peso da expectativa das grandes criações. Sem a íntima burocracia autodepreciativa. Sem receio da recepção.




KMFDM é uma banda alemã de metal industrial com uma veia distintamente eletrônica. Não é uma favorita, mas cheguei a baixar a discografia deles há uns anos, hoje desatualizada. Recentemente a memória de algumas músicas voltou à superfície da mente, delas uma frase em particular. "People of the lie". Pessoas da mentira? O povo da mentira. Adeptos da mentira. E por aí vai. Diz muito sobre o mundo desse jeito fodido que está, não é? E sobre nós. Sobre mim. A mentira é fácil. Vem naturalmente, automática. Sutil e matemática. Escorre bem pelos canos da máquina. A verdade é inconveniente como a bola de pelos que entope a pia. Como a privada entupida. Como sangue rançoso que transborda.
Qual é a natureza da realidade?
Whatever you believe
Nobody cares
Whatever it is you think you know
Don't give a goddamn
Reality is bullshit
Reflection is a concept
Based on your own
Fucked up idea
Don't call it part of your faith
Another way you justify hate

Voices shouting under water
Drown you out and steal your air
Blinded by their own illusion
Through a crooked looking glass

Army of thieves
Blood on their hands
Lightning, fire and brimstone
They'll say whatever they can
Conspiracy theories, arrogant trash
They prowl alone and travel in packs

Voices shouting in the water
Drag you down and steal your air
Dissolute, diabolic
Snake oil salesmen everywhere

People of the lie
People of the lie
People of the lie
People of the lie

Whatever you believe
Nobody cares
Idol worship made up fantasy
Don't push your deity on me
Reality is bullshit
Reflection is a concept
Based on your own
Fucked up idea

People of the lie
People of the lie
People of the lie
People of the lie

Novo vômito

Limpando as aranhas de minhas entranhas, urubu-máquina não morre. E também não vive.

Juntando peças, símbolos que se conectam. Palavras ao vento esvoaçando em esferas estranhamente presentes. Enguias deslizando pelas vias do meu cérebro, eletricidade percorrendo meu sistema nervoso central, paisagens eletrônicas em janelas abertas, espelhos fictícios de uma nova era. Existência miúda e alienada. Deserto dos desejos, jardim das simulações. Abismo ambulante em brutais meditações. À busca de fantasmas, quimeras perdidas entre as camadas do tempo, lembranças fugidias de um passado inexistente. Uma vida de cacos e amargas manchas borradas. Caminhos interrompidos e rastros intocados, licores insípidos e amores negados, bagagem estúpida e desnecessária. Os venenos mais inócuos são aqueles que nos matam. Morremos de dentro pra fora. Ou de fora pra dentro. Mas o que vai por último é a casca.