Balfour




cristãos sionistas com princípios conservadores e fetiches apocalípticos ébrios de delírios bíblicos decretam genocídios proféticos bombardeios messiânicos sacrifícios antedeluvianos espetáculo escatológico dos aquitetos do fim do mundo

Esse parágrafo espasmódico foi expelido por mim após algumas horas de pesquisa sobre a história do Oriente Médio. Meu cérebro estava saturado de informação sobre como imperialismo ocidental subjulgou o mundo árabe, manipulou seus líderes, instigou guerras e traiu povos em alianças trapaceiras para garantir o controle da hegemonia europeia na região. Conhecer o turbilhão que é a história do Oriente Médio no Século XX é essencial para procurar entender a geopolítica atual e o impacto do sionismo na constante desestabilização da região.

Na foto, soldados israelenses invadem a mesquita Al-Aqsa em 1967.

                                              

O vídeo acima conta a história da fundação do estado de Israel por figuras da elite do Império Britânico, entre elas o Barão Walter Rothschild, o Primeiro Ministro David Lloyd George e Arthur James Balfour, que deu o nome à Declaração de Balfour. A correspondência entre Balfour e Rothschild explicitava a posição do governo britânico em favor do estabelecimento de uma nação judia na Palestina. Esses homens eram cristãos sionistas de formação profundamente religiosa e tendo aprendido os nomes de colinas e vales de Jerusalém antes de conhecer as paisagens da Inglaterra, Balfour era a força que canalizava os sonhos bíblicos de um imaginário anglicano colonialista que já via a "terra sagrada" como parte da Inglaterra e a Inglaterra como uma "terra sagrada". Acreditando serem agentes que viabilizariam o cumprimento das profecias bíblicas que falavam do retorno dos judeus, o povo escolhido, para a terra prometida, esses cristãos sionistas do mais alto escalão declararam o começo do jugo dos povos árabes e a perpetuação do domínio ocidental na região sob a forma de um poderoso Estado gestado e nutrido pelo mais poderoso Império do mundo. Um Estado bélico desde sua formação, com uma fixação colonialista e uma justificação sagrada para o domínio, a consagração final das cruzadas cristãs.

Jerusalem (William Blake)

        "And did those feet in ancient time
        Walk upon England's mountains green?
        And was the holy Lamb of God
        On England's pleasant pastures seen?
       
        And did the Countenance Divine
        Shine forth upon our clouded hills?
        And was Jerusalem builded here
        Among these dark Satanic Mills?
        
        Bring me my bow of burning gold!
        Bring me my arrows of desire!
        Bring me my spear! O clouds, unfold!
        Bring me my chariot of fire!
        
        I will not cease from mental fight,
        Nor shall my sword sleep in my hand,
        Till we have built Jerusalem
        In England's green and pleasant land."


Ó Blake, poeta profeta delirante, será que um dia imaginou a extensão da fantasia glorificada em sua poesia?

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