Zarpar

Tenho fé no fim
 não sou ave tropical
 de belas cores e doce canto
sou o urubu

negro como a noite

que pousa no mastro do navio

navegando o mar de sangue

arauto impiedoso 

de um passado vindouro
...


"Tornar cultiváveis regiões onde até agora viceja apenas a loucura. Avançar com o machado afiado da razão, sem olhar para direita nem para a esquerda, para não sucumbir ao horror que acena das profundezas da selva. Todo solo deve alguma vez ter sido revolvido pela razão, carpido do matagal do desvairio e do mito."
- Walter Benjamim


Começo aqui uma nova experiência. Um espaço cibernético onde despejarei exortações poéticas, análises serpentinas, delírios motores. Compartilharei fragmentos de nossa vasta cultura global, relegados ao abafamento pelo oceânico fluxo de informações. Experimentos midiáticos radicais, imagens fantásticas e realidades sórdidas. Isso é um exercício, mas não uma simulação. Sem respeito algum pelas convenções estéticas, linguísticas e morais de uma comunicação gerencial estéril. Contra o esforço retrógrado e dominante de fazer prevalecer as estruturas e valores do passado. Reconhecer os mecanismos mais pérfidos desse esforço que sabota a evolução e destrinchar novos caminhos no devir. Poder canalizar o que há de melhor e o de pior em meu espírito, sem hipocrisias e sem nobilidades. Uma ação de liberdade psíquica, ou de autoexorcismo para minha saúde mental, canalizando meus pensamentos para o mundo. Mergulharemos nas entranhas do inconsciente coletivo, nas mazelas e barbáries de nossa civilização, nos inóspitos territórios do desconhecido e do proibido. Sem pretensões, vejamos onde isso nos leva. Se você, caro ser que me lê, sentir alguma afinidade com o conteúdo aqui veiculado, será um prazer navegar contigo rumo a paisagens incertas e vertiginosas.




"O que define precisamente as máquinas desejantes é o seu poder de conexão ao infinito, em todos os sentidos e em todas as direções.” 
– Deleuze & Guattari

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