Shintaro Kago |
disfarçando couro velho
com a tinta do futuro
negro alvorescer
distante da trapaça
cada olho uma ameaça
cada medo uma caçapa
costurando as máscaras
de um novo jogo poético
intrigas patéticas
entranhas proféticas
perfurando a veia da manhã
para beber a luz do dia
e babar sua ambrosia
líquido moderno fluido sempiterno
e a pele roída mordida cansada
troca sua casca dilacerada
capa de escamas cromadas
armadura aposentada
novos movimentos estranhos reflexos
estala o nó no nódulo convexo
coluna teimosa resina pastosa
fumaça quase sólida
menos ou mais químicos
no seu cotidiano
cronométrico organismo
pesos e medidas
doses e feridas
dedos e tangências
tocando consciências
segredos transparências
invertidos planos abertos
sequências sonoras sonolências
códigos impérios poemas
catalizações catalépticas
antenas corneovasculares
pulsações magnas elementares
prática eletricidade estática
como uma teia
tece a ponta pineal
areia que escorre
pelos planos do sólido
o real
sistemas abstratos
tensões geométricas
entre corpos lançados
entrelaçados
copos enxugados
sedes derretidas
esferas refletidas
no absurdo de um
um
um
um
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